O novo mundo de Oz

Vejam só que bacana a nova minissérie em 3 episódios que o Sci-Fi Channel americano estreou essa semana: "Tin Man", uma modernização do clássico "O Mágico de Oz", com a gracinha Zooey Deschannel como Dorothy - segundo a colunista do canal E! Kristin dos Santos ela é praticamente uma Veronica Mars perdida no mundo de Oz. O Homem-de-Lata vira um ex-policial vivido por Neal McDonough ("Medical Investigation", "Band of Brothers"), o novo Espantalho é o ótimo e sempre esquisito Alan Cumming (que ganhou o Tony como o EmCee no revival do musical "Cabaret") e o Leão é o desconhecido Raoul Trujillo. Já a Bruxa Má (ou Elphaba, pros iniciados) é Kathleen Robertson (de "Barrados no Baile").

Tomara que algum canal aqui se digne a passar (ou quem sabe saia em DVD).

Nos cinemas...

Algumas estréias importantes nos cinemas brasileiros hoje. A principal delas é um dos favoritos ao Oscar 2008, "No Vale das Sombras" (In the Valley of Elah), novo filme de Paul Haagis ("Crash"), com Tommy Lee Jones como um homem que tenta descobrir o que aconteceu com o filho, que desapareceu no Iraque. Charlize Theron é a investigadora que o ajuda e Susan Sarandon faz a esposa dele. Também finalmente poderemos assistir o elogiado ganhador do Oscar de filme estrangeiro deste ano, o alemão "A Vida dos Outros" (The Lives of Others). Ambientado na Alemanha Oriental de 84 (ou seja, antes da queda do muro de Berlim), mostra um oficial encarregado de espionar suspeitos de conspirações capitalistas.

Outras estréias interessantes são "A Lenda de Beowulf", mais uma experiência de Robert Zemeckis na animação em motion capture (como em "O Expresso Polar"), dessa vez com Angelina Jolie, Anthony Hopkins e Ray Winstone no elenco; o documentário ecológico "A Última Hora" (The 11th Hour), narrado por Leonardo DiCaprio; e "Eu e as Mulheres" (In the Land of Women), que foi massacrado pela crítica americana mas tem Adam Brody (o Seth de "The O.C.") e Meg Ryan no elenco.

(*****) Semana que vem estréiam o aguardado desenho "Bee Movie" (de e dublado por Jerry Seinfeld), o musical com canções dos Beatles "Across the Universe" e o suspense "30 Dias de Noite", com Josh Hartnett e Melissa George enfrentando vampiros no Alaska.

Romance?

Já faz algum tempo que eu comecei a escrever um livro; o prólogo foi escrito há uns 2 anos, pelo menos. E é mais difícil do que eu imaginava... Na verdade eu não consigo decidir se quero escrever um romance, uma peça de teatro, um roteiro pra cinema ou TV (de repente uma versão de cada). Pelo menos agora que tô com um pouco mais de tempo livre até que está saindo alguma coisa. Mas por que eu tô falando tudo isso? Só como pretexto pra publicar aqui o prólogo... na pior das hipóteses já fica registrado, nem que seja a única coisa que eu publique...

- Alô? – ele levou alguns segundos pra reconhecer a voz do outro lado da linha. – Ah, oi, querida... É, você me acordou sim... Mas foi bom, porque eu acabei cochilando aqui em cima da papelada... Eu tava preparando o meu discurso de encerramento pro julgamento de amanhã e peguei no sono... E ainda tenho um monte de coisas pra fazer... Desculpa de novo por não poder estar aí... Mas você sabe como esse caso é importante pra mim, não sabe? ... É... bom, vou aproveitar que você me acordou pra terminar tudo aqui... Eu também te amo... Outro.... Boa noite!

Jack desligou o telefone e encostou a cabeça no travesseiro. Ficou alguns segundos olhando pro teto. Sentiu um leve movimento ao seu lado e um braço repousou sobre o seu peito.

- Quem era? – perguntou a linda morena, deitada ao seu lado na cama, erguendo a cabeça.

- Ninguém. – ele respondeu, antes de se virar e beijá-la. Ela queria mais do que beijos naquele momento, mas Jack não conseguiria. Não logo depois de ter falado com Linda. Normalmente a consciência dele não pesava. Mas de vez em quando batia uma pontinha de culpa. Nada que não se dissipasse depois de alguns minutos, é claro. Mas uma pontinha batia. – Temos que acordar cedo amanhã... é melhor a gente dormir...

- Você que sabe. – respondeu Susan, deitando-se sobre ele, mordendo o lábio dele de leve e saindo da cama. Ela adorava provocá-lo dessa forma quando ele tinha essas crises de consciência (raras, é verdade, mas aconteciam).

Jack permaneceu olhando pra Susan enquanto ela se dirigia, nua, ao banheiro. Mesmo no escuro dava pra ver perfeitamente os motivos que o levavam a mentir pra noiva. Não que Susan fosse a única “outra” na vida dele; mas era a mais constante. E aquela com quem ele mais gostava de estar. De qualquer forma, pelo menos em um ponto ele não estava mentindo: realmente tinha que acordar cedo no dia seguinte. Apesar de ter certeza de que o julgamento estava ganho, não podia aparecer no tribunal com olheiras (apesar de isso já ter acontecido – mais de uma vez – antes). Fechou os olhos e tentou dormir. Mas alguns minutos depois sentiu o corpo de Susan novamente sobre o seu (ela estava voltando pra cama e fez questão de passar novamente sobre ele) e não conseguiu se conter.

- Dormir o caramba! – e a beijou novamente, dessa vez não parando só nisso.

Greve: update

Depois de 19 dias de negociações e teatros fechados, a Liga dos Teatros e Produtores de Nova York e a Local One (o sindicato dos funcionários) chegaram a um acordo e tudo volta ao normal a partir de hoje. O prejuízo foi grande (estima-se que a cidade perdeu 2 milhões de dólares por dia de paralisação, somando todo o dinheiro que deixou de ser gasto tantos nas peças em si quanto em restaurantes, lojas e afins), mas dos males o menor, e o público poderá voltar a assistir seus shows preferidos.

Vale lembrar que desde 1975 uma greve não afetava de forma tão contundente a Broadway; foi quando os músicos ficaram 25 dias sem tocar, ocasionando o fechamento de todos os musicais (mas não as peças) que estavam em cartaz naquele período. Em 2003 houve outra greve dos músicos, mas esta durou apenas 4 dias.

Greve

Pois é, o entretenimento americano está em greve e por enquanto sem previsão de voltar à normalidade.

O Writers Guild of America (sindicato dos escritores de cinema e televisão) protesta por melhores salários aos roteiristas, o que já está paralisando a indústria cinematográfica e preocupando as emissoras de TV e, principalmente, os fãs de seriados. Isso porque os scripts prontos estão terminando, e se não houver um entendimento rápido é bem possível que as séries tenham que parar por falta de roteiros. Contudo, parece que as negociações estão caminhando bem e a greve pode acabar logo.

Já no mundo do teatro as coisas estão mais difíceis. Quase todos os teatros da Broadway estão fechados há mais de duas semanas, inclusive durante o sempre ultra-lucrativo feriado de Thanksgiving (que foi semana passada), o que já gerou prejuízos enormes aos produtores. Os grevistas, aqui, são os funcionários dos teatros, liderados pelo Local One (o sindicato), que exigem, além das remunerações maiores, menos horas de trabalho. Já os produtores alegam que já pagam muito bem seus funcionários, que seriam os mais bem pagos do mundo. E o pior é que as coisas podem complicar ainda mais, já que os produtores ameaçam processar a Local One pelo prejuízo causado, demissões devem ocorrer, enfim, uma bagunça que não deve terminar bem. As negociações continuam, embora sem previsão, e um acordo pode ser celebrado nos próximos dias.

Quem mais sofre com isso são, principalmente, os turistas que foram pra Nova York com o intuito de assistir seus espetáculos preferidos e podem voltar pra casa frustrados. Somente 8 teatros estão funcionando normalmente (por terem um acordo diferente com o Local One) e as seguintes peças podem ser vistas: "How the Grinch Stole Christmas", "Cymbeline", "Mary Poppins", "Pygmalion", "The Ritz", "The 25th Annual Putnam County Spelling Bee", "Xanadu" e "Young Frankenstein".

Semelhantes, mas diferentes...

Pode parecer estranho ver um texto que fale de dois filmes tão diferentes quanto "Tropa de Elite" e "Piaf". Mas há mais pontos em comum entre ambos do que se imagina.

Em primeiro lugar, trata-se dos dois filmes mais comentados do ano, tanto pela qualidade artística quanto pelas polêmicas à parte. No caso do filme brasileiro, a polêmica começou com a pirataria, que fez com que muita gente o assistisse antes mesmo da estréia. Se isso ajudou ou prejudicou a bilheteria não dá pra saber com certeza, mas o fato é que só não viu quem não quis. A violência e a forma como são mostradas a corrupção e a conduta da polícia brasileira também causaram controvérsia, com parte do público condenando e outra louvando a posição do diretor em supostamente mostrar as coisas como são "na real". Já no filme francês, a grande polêmica foi ver como ocorreu o triste fim da vida de uma das maiores cantoras de todos os tempos, que morreu aos 48 anos parecendo que tinha 90.

O segundo ponto em comum é o brilhantismo da atuação dos seus protagonistas. Se em "Tropa de Elite" Wagner Moura confirma ser um dos maiores atores brasileiros da atualidade, mostrando-se um gigante de energia e dinamismo, em "Piaf" a atriz Marion Cotillard praticamente desaparece pra dar lugar à pequena, frágil e esquisita Edith, "La Môme", como os franceses a chamavam no início da carreira. É difícil até reconhecer que se trata da mesma lindíssima atriz que encantou em "Um Bom Ano" ao lado de Russell Crowe.

Por fim, vale destacar que tanto um quanto o outro não foram escolhidos como representantes de seus respectivos países na corrida pelo Oscar de filme estrangeiro. O Brasil decidiu enviar o não menos bom (mas não tão impactante) "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", enquanto a França mandou a animação "Persépolis", que já havia feito relativo sucesso no festival de Cannes. De qualquer forma, "Piaf" com certeza terá no mínimo uma indicação para melhor atriz (e é bem possível que vença). Resta torcer pra que "Tropa de Elite" dê uma de "Cidade de Deus" e seja indicado pra outros prêmios.

NOTAS: 9 (Tropa) - 7,5 (Piaf)

Be smart, restart...

Estava cansado do blog antigo, sem postar há um tempão, então nada como um novo pra me empolgar. O titulo é inspirado no novo filme do diretor canadense Michel Gondry ("Brilho Eterno de uma Mente Semelhança", "The Science of Sleep"), que promete ser genial. Trata-se de "Be Kind, Rewind", com Jack Black como um cara que faz experiências com campos eletromagnéticos e acaba apagando as fitas da locadora de um amigo, vivido por Mos Def. Eles então têm a brilhante idéia de refilmar todas as fitas, com eles mesmos fazendo os personagens. E dá-lhe hilárias versões caseiras de filmes como "Os Caça-Fantasmas", "Robocop", "A Hora do Rush", "Conduzindo Miss Daisy" e outros.

O filme estréia nos EUA somente em 25 de janeiro, mas já dá pra ter uma boa idéia de quão fantástico deve ser no recém-lançado site, que você pode conhecer clicando aqui.

Ah, outra novidade é o blog em inglês (que não é uma mera versão desse aqui traduzida). O endereço é http://be-smart-restart2.blogspot.com/ ). Visitem!!