terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Dormir ou não dormir? Eis a questão...

Várias vezes eu me pego desejando que nunca precisasse dormir. Seria tão bom não ter que perder horas preciosas do dia deitado numa cama, completamente inconsciente, e poder aproveitar este tempo pra fazer outras coisas mais produtivas. Afinal de contas, se pararmos pra pensar, teoricamente nós usamos 1/3 do nosso dia para “repôr as energias” dormindo (considerando as 8 horas de sono ideais, segundo os médicos), o que significa que passamos 1/3 das nossas vidas dormindo. Imagine então que uma pessoa que vive até os 60 anos passou 20 anos de sua vida dormindo. Não parece um desperdício absurdo? 20 anos!!!! 20 anos que poderiam ter sido usados pra trabalhar, estudar, viajar, aprender outras línguas, namorar, ler centenas de livros, ir ao teatro, ao cinema, enfim, qualquer outra coisa...



Por outro lado, poucas sensações são tão boas quanto deitar numa cama confortável (às vezes nem precisa ser tão confortável assim) quando se está caindo de sono e simplesmente se deixar apagar... Talvez seja por isso que basta ficar mais de 24 horas sem dormir pra que o organismo comece a parar de funcionar, não sendo mais possível se concentrar direito, fazer atividades físicas, e assim por diante, até que uma hora você pára... Eu confesso que bem que tento vencer essa briga de vez em quando, mas não adianta: é só ficar um dia sem dormir mais de 4 horas que o dia seguinte fica quase improdutivo, e o que é pior, as horas de sono no dia seguinte acabam aumentando pra compensar. E aí o feitiço vira contra o feiticeiro, porque ao contrário do que se poderia imaginar, quanto mais se dorme, menos disposto se acorda. Sério, eu notei que sempre que durmo mais de 9 horas seguidas eu acordo com a cara mais inchada e com tanto sono quanto estava antes de dormir. Por isso o jeito é dormir sempre entre 6 e 9 horas, nem mais nem menos que isso.



É por essas e outras que eu vivo pensando que se um dia encontrasse um gênio da lâmpada que me concedesse 3 desejos, o primeiro deles seria nunca mais precisar dormir. Seria tão bom!! Ou não seria?

Carpoolers

Uma das séries mais surpreendentes da temporada é a comédia “Carpoolers” (sextas, 20h, Sony). Era uma daquelas que eu tinha certeza de que não gostaria e quase nem comecei a assistir. Mas não é que uma das comédias mais divertidas dos últimos tempos (plena época da crise das sitcoms tradicionais)? A premissa é simples e até bobinha, e pode parecer um pouco estranha aqui no Brasil: quatro amigos que dividem um carro e vão juntos pro trabalho. Isso na verdade é uma figura muito comum nos EUA, mas que ainda não existe no Brasil (pelo menos não que eu saiba): “carpoolers” são pessoas que dividem um mesmo carro pra ir pro trabalho e por isso podem utilizar uma faixa especial nas estradas, separada especialmente pra quem usa este sistema (como é muito comum ter gente que mora nos arredores das grandes metrópoles e “viaja” pra trabalhar - “to commute”, verbo muito comum em inglês e que não tem equivalente aqui -, este sistema foi criado pra diminuir o número de carros nas estradas). A série então mostra o cotidiano destes quatro amigos que toda manhã se encontram pra irem juntos ao trabalho e no fim do dia voltarem pras suas casas. Além de vermos os quatro dentro do carro propriamente dito (normalmente as melhores cenas), também os vemos no trabalho, em casa e lidando com seus problemas diários, e as piadas e situações são surpreendentemente divertidas. O simpático elenco é liderado por Jerry O´Connell (“Crossing Jordan”), o único solteiro do grupo (na verdade recém-divorciado); completam o quarteto central um recém-casado (e ainda deslumbrado com a vida nova), um terapeuta cujo casamento já caiu na rotina e com um filho surtado (a esposa é Faith Ford, da finada “Hope & Haith”) e um enlouquecido pai de 7 filhos e de cuja esposa o público vê apenas as pernas. Vale a pena conferir, ainda mais nessa época em que as comédias estão em baixa, e torcer pra que a série não seja cancelada sumariamente (já que parece que não anda bem das pernas em termos de público).

domingo, 9 de dezembro de 2007

Sex and the City: o filme

Vazou na net o primeiro teaser do filme que mostra o que aconteceu com Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda. Com lançamento nos cinemas americanos previsto pra 30 de maio de 2008 (no Brasil, 11 de julho), "Sex and the City: the Movie" se passa quatro anos depois do último episódio da série. Quase todo o elenco regular do seriado está de volta; além do "quarteto fantástico", também integram o elenco do filme os quatro parceiros oficiais - Chris Noth (Mr.Big), Jason Lewis (Smith), Evan Handler (Harry) e David Eigenberg (Steve) -, os divertidos amigos gays vividos por Willie Garson (Stanford) e Mario Cantone (Anthony Marantino), além da novidade: Jennifer Hudson (ex-American Idol e ganhadora do Oscar esse ano por "Dreamgirls") como a nova assistente de Carrie.

Para ver o teaser, clique AQUI.

Fonte: Omelete

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Nos cinemas...

Se a semana passada foi boa, essa é melhor ainda pros cinéfilos de carteirinha. Várias estréias bacanas... Começando com a volta de Jerry Seinfeld ao spotlight pela primeira vez desde o fim de um dos seriados de maior sucesso de todos os tempos. Trata-se de "Bee Movie", a nova animação da Dreamworks, escrita pelo comediante, que ainda dubla o personagem principal, uma abelhinha que quer mais da vida do que simplesmente produzir mel. Renee Zellwegger, Matthew Broderick e Chris Rock, entre outros, fazem as vozes de outros personagens. O desenho vem fazendo grande sucesso nos EUA tanto de público quanto de crítica, e deve repetir o feito por aqui.


O novo e elogiado filme do astro George Clooney também chegou este fim-de-semana às telas. "Conduta de Risco" (tít. orig.: "Michael Clayton") traz o ator como um advogado que entra em dilema moral ao ser encarregado por seus chefes de cuidar dos casos de uma empresa não exatamente ética. Tom Wilkinson ("The Full Monty") faz um colega dele que tem uma crise de nervos ao descobrir as falcatruas do mesmo cliente. Segundo as críticas, os dois atores dão um show e o filme é imperdível.


Também estreou finalmente por aqui o aguardado "Across the Universe", musical com canções dos Beatles dirigido por Julie Taymor (responsável pelo maior sucesso da Disney nos palcos da Broadway, "O Rei Leão"). A história é um romance ambientado nos anos 60.





Completam as grandes estréias americanas da semana o suspense de guerra "O Sobrevivente" ("Rescue Dawn"), dirigido pelo alemão Werner Herzog e com atuações elogiadas de Christian Bale ("Batman Begins") e Steve Zahn como pilotos capturados pelos vietnamitas, e "30 Dias de Noite", aventura de horror baseada em história em quadrinhos, com Josh Hartnett e Melissa George tendo que enfrentar vampiros que dominam uma cidadezinha no Alaska que passa 30 dias no ano sem receber a luz do Sol.

Ele é o cara

O cara sai pra jantar com um casal de amigos, que levam uma amiga pra conhecê-lo, uma espécie de “blind date”. Uma bela amiga, diga-se de passagem, ruiva, alta, linda. Só que o cara é um escroto completo, faz comentários irônicos e descreve a garota como uma perua recém-divorciada e deslumbrada com a vida. Resultado: ela fica louca da vida e vai embora no meio do jantar. Previsível, certo?

Corta pra alguns dias depois, e o mesmo cara vê a mesma mulher no mesmo restaurante, jantando com outro homem. Ele então se aproveita de uma brecha quando o outro vai ao banheiro e se aproxima dela. Pede desculpas, diz que foi um canalha na noite anterior, que estava passando por uma má fase e blá-blá-blá, mas que promete recompensá-la se ela aceitar sair com ele mais uma vez. Resultado: os dois terminam na cama. Também previsível, certo?

Certíssimo! Esse é um reflexo do comportamento feminino nos dias de hoje, com os cafajestes em alta. Não só hoje, na verdade desde sempre. Mas eu tô falando isso porque o tal “cara” em questão é Hank Moody, um dos melhores personagens surgidos na TV nos últimos anos. Vivido por David Duchovny (sim, o eterno Fox Mulder de “Arquivo X”, perfeito em um papel totalmente diferente do que o tornou famoso) em “Californication”, Hank é um escritor amargurado por quatro motivos: (i) não consegue escrever algo decente há quase cinco anos; (ii) seu primeiro romance (que também foi seu maior sucesso) acaba de ser transformado em uma comédia romântica estrelada pelo casal Tom Cruise e Katie Holmes e completamente diferente do livro original; (iii) sua namorada de vários anos (a bela inglesa Natascha McElhone), com quem tem uma filha, acaba de largá-lo e está prestes a se casar com outro; e (iv) teve que trocar sua querida Nova York por Los Angeles. Pra compensar a frustração o cara passa os dias enchendo a cara e transando com todas as mulheres que aparecem no caminho (e olha que não são poucas).

É óbvio que uma série dessas só poderia vir de um canal a cabo dos EUA, no caso o Showtime, responsável por títulos como “Dexter”, “Weeds”, “The Tudors”, entre outros. O Showtime é o maior rival da HBO do que diz respeito a séries com temática mais ousada, que não poderiam ser mostradas em plenitude nos canais abertos. Quem ganha é o público, que pode ver produtos cada vez melhores (as melhores e mais cultuadas séries hoje em dia saem destes canais, como “Família Soprano”, “A Sete Palmos”, “Entourage” e as outras citadas acima). Só pra dar uma idéia do tipo de coisa que acontece em “Californication”: no primeiro episódio, Hank conhece uma garota em um bar e transa com ela, pra alguns dias depois descobrir que não só a menina tem apenas 16 anos como também é filha do homem que está prestes a se casar com a ex-esposa.

Trata-se da melhor de todas as séries que estrearam no Brasil em novembro, portanto assista! Nem que seja só pra ver como Duchovny se diverte soltando uma ofensa atrás da outra, fazendo besteiras e tentando consertá-las depois, tentando agarrar a ex toda vez que a vê e não sabendo como lidar com a filha de 12 anos. Mas prepare-se pra ver cenas fortes...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Jack Bauer na cadeia

É, quem diria que o destino do super agente Jack Bauer seria a prisão? Calma, não se trata do plot da nova temporada de "24 Horas", mas sim a vida real... É que o ator Kiefer Sutherland começa hoje sua estadia de 48 dias no presídio de Glendale, onde cumprirá pena por dirigir embriagado... Na verdade ele já havia sido pego no "teste do bafômetro" uns 2 anos atrás e estava em "probation", que é como se chama nos EUA quando o processo fica suspenso e o réu tem que observar uma série de condições e não pode cometer mais nenhuma infração por 5 anos... Só que o astro quis reviver a fase rebelde da juventude e foi pego novamente dirigindo bêbado, e por isso agora terá que passar um tempo atrás das grades mesmo...


Segundo uma nota na imprensa, Glendale é um presídio de segurança mínima, ou seja, nada de criminosos barra-pesada... Sutherland ficará em uma cela individual, cumprirá algumas horas de trabalho na cozinha ou lavanderia e poderá receber 2 visitas por dia...

Vale dizer que este acontecimento em teoria não atrasará a produção da sétima temporada de "24 Horas", que já começou a ser filmada... Porém, devido à greve dos roteiristas (vide post de 28/11), a estréia (que seria no início de janeiro) teve que ser adiada, uma vez que os produtores não querem começar a exibir alguns episódios e ter que parar a temporada no meio pela falta de episódios prontos (problema que quase todas as séries estão enfrentando, já que os episódios filmados estão terminando).

Aliás, será que Jack Bauer não resolveria a greve dos roteiristas? Pena que ele está preso...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Bom?




De vez em quando acontecem no cinema americano algumas coincidências que parecem de propósito, mas não são (pelo menos não em princípio). Exemplos: dois filmes sobre Robin Hood em 91, dois sobre Truman Capote em 2005... Em 2006 a coincidência envolveu filmes com a palavra "Good" no título: "The Good German" (que no Brasil virou "Segredos de Berlim"), "The Good Shepherd" ("O Bom Pastor") e "A Good Year" ("Um Bom Ano"), todos sem qualquer relação de fato além do título semelhante. Antes do lançamento os três filmes pareciam bem promissores, falava-se até em indicações ao Oscar... No fim, tiveram como pontos em comum somente coisas ruins: fracassos de público, críticas desfavoráveis e nenhuma indicação de peso ao Oscar. Uma injustiça, na verdade, pois trata-se de 3 bons filmes.


"O Bom Pastor" era o mais promissor do grupo. O astro Robert De Niro demorou 13 anos pra escolher seu segundo filme como diretor, e optou por um roteiro que passava de mão em mão há anos. Escrito por Eric Roth (que ganhou o Oscar pelo roteiro de "Forrest Gump"), conta a origem da CIA através de um personagem fictício, Edward Wilson (vivido de forma contida e excepcional por Matt Damon), alternando entre os anos 4o, quando Wilson foi recrutado em Yale para trabalhar com a inteligência americana e participar da 2a Guerra Mundial, e o inicio dos anos 60, quando se descobre que há um traidor ao mesmo tempo em que começa a crise envolvendo Cuba. O filme é um pouco longo (quase 3 horas), o que deve ter afastado parte do público, e requer uma grande atenção aos detalhes, mas nunca deixa de ser envolvente, ainda mais por causa do elenco excepcional - além do próprio De Niro, tem Angelina Jolie como a esposa de Wilson, John Turturro, Alec Baldwin, William Hurt, Michael Gambon, Billy Crudrup e uma participação especial de Joe Pesci, que não atuava desde "Máquina Mortífera 3" em 98.


"Segredos de Berlim" é um exercício de estilo do diretor Steve Soderbergh, que quis homenagear os romances de guerra e espionagem do passado, especialmente o clássico "Casablanca". Todo em preto-e-branco e ambientado durante a Segunda Guerra, o filme tem George Clooney como um jornalista militar enviado a Berlim pra cobrir a Conferência de Potsdam. Ele também quer aproveitar pra reencontrar Lena (Cate Blanchett), uma ex-namorada, e é ajudado pelo soldado designado como motorista (Tobey Maguire, respirando um pouco fora do uniforme de Homem-Aranha). Mas as coisas não são tão simples. Tecnicamente impecável e com uma reconstituição de época perfeita, o filme comete o mesmo pecado de "O Bom Pastor" ao exigir atenção absoluta do espectador pra entender as complicações da história (trata-se, afinal, de um filme de espionagem), e tem a vantagen de ser mais curto. Mas é o melhor dos três, e merecia melhor sorte no Oscar e premiações afins.


Por fim, "Um Bom Ano" é o menos pretensioso e o mais acessível dos três. Trata-se de uma comédia romântica dirigida por Ridley Scott e estrelada por Russell Crowe. Sim, parece estranho uma comédia romântica envolvendo a dupla responsável por filmes como "Gladiador", "American Gangster" e "Nottingham" (atualmente em fase de produção), mas eles surpreendem e se saem bem, principalmente Crowe, que mostra ser capaz de realmente fazer qualquer tipo de papel. Ele faz um bam-bam-bam do mercado financeiro de Londres que recebe a notícia da morte do tio (Albert Finney, sempre fantástico) e tem que ir ao sul da França verificar o estado da casa que herdou, uma pequena vinícola em que passava as férias quando criança. Obviamente ele aos poucos se encanta com o lugar, relembrando o passado (quando é interpretado pelo ótimo Freddie Highmore, de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" e "Em Busca da Terra do Nunca"), conhecendo uma menina que diz ser uma filha que o tio não conheceu (a australiana Abbie Cornish) e se apaixonando pela dona de um restaurante local (a lindíssima francesa Marion Cotillard, de "Piaf"). Ok, a história é totalmente previsível e o romance com a francesa se resolve um pouco rápido demais. Mas o clima é tão suave, as paisagens tão lindas e os clichês tão bem disfarçados que o filme se torna irresistível.


NOTAS:
7 (Pastor), 8 (Berlim), 7,5 (Ano)