quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Romance?

Já faz algum tempo que eu comecei a escrever um livro; o prólogo foi escrito há uns 2 anos, pelo menos. E é mais difícil do que eu imaginava... Na verdade eu não consigo decidir se quero escrever um romance, uma peça de teatro, um roteiro pra cinema ou TV (de repente uma versão de cada). Pelo menos agora que tô com um pouco mais de tempo livre até que está saindo alguma coisa. Mas por que eu tô falando tudo isso? Só como pretexto pra publicar aqui o prólogo... na pior das hipóteses já fica registrado, nem que seja a única coisa que eu publique...

- Alô? – ele levou alguns segundos pra reconhecer a voz do outro lado da linha. – Ah, oi, querida... É, você me acordou sim... Mas foi bom, porque eu acabei cochilando aqui em cima da papelada... Eu tava preparando o meu discurso de encerramento pro julgamento de amanhã e peguei no sono... E ainda tenho um monte de coisas pra fazer... Desculpa de novo por não poder estar aí... Mas você sabe como esse caso é importante pra mim, não sabe? ... É... bom, vou aproveitar que você me acordou pra terminar tudo aqui... Eu também te amo... Outro.... Boa noite!

Jack desligou o telefone e encostou a cabeça no travesseiro. Ficou alguns segundos olhando pro teto. Sentiu um leve movimento ao seu lado e um braço repousou sobre o seu peito.

- Quem era? – perguntou a linda morena, deitada ao seu lado na cama, erguendo a cabeça.

- Ninguém. – ele respondeu, antes de se virar e beijá-la. Ela queria mais do que beijos naquele momento, mas Jack não conseguiria. Não logo depois de ter falado com Linda. Normalmente a consciência dele não pesava. Mas de vez em quando batia uma pontinha de culpa. Nada que não se dissipasse depois de alguns minutos, é claro. Mas uma pontinha batia. – Temos que acordar cedo amanhã... é melhor a gente dormir...

- Você que sabe. – respondeu Susan, deitando-se sobre ele, mordendo o lábio dele de leve e saindo da cama. Ela adorava provocá-lo dessa forma quando ele tinha essas crises de consciência (raras, é verdade, mas aconteciam).

Jack permaneceu olhando pra Susan enquanto ela se dirigia, nua, ao banheiro. Mesmo no escuro dava pra ver perfeitamente os motivos que o levavam a mentir pra noiva. Não que Susan fosse a única “outra” na vida dele; mas era a mais constante. E aquela com quem ele mais gostava de estar. De qualquer forma, pelo menos em um ponto ele não estava mentindo: realmente tinha que acordar cedo no dia seguinte. Apesar de ter certeza de que o julgamento estava ganho, não podia aparecer no tribunal com olheiras (apesar de isso já ter acontecido – mais de uma vez – antes). Fechou os olhos e tentou dormir. Mas alguns minutos depois sentiu o corpo de Susan novamente sobre o seu (ela estava voltando pra cama e fez questão de passar novamente sobre ele) e não conseguiu se conter.

- Dormir o caramba! – e a beijou novamente, dessa vez não parando só nisso.


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