sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Ele é o cara

O cara sai pra jantar com um casal de amigos, que levam uma amiga pra conhecê-lo, uma espécie de “blind date”. Uma bela amiga, diga-se de passagem, ruiva, alta, linda. Só que o cara é um escroto completo, faz comentários irônicos e descreve a garota como uma perua recém-divorciada e deslumbrada com a vida. Resultado: ela fica louca da vida e vai embora no meio do jantar. Previsível, certo?

Corta pra alguns dias depois, e o mesmo cara vê a mesma mulher no mesmo restaurante, jantando com outro homem. Ele então se aproveita de uma brecha quando o outro vai ao banheiro e se aproxima dela. Pede desculpas, diz que foi um canalha na noite anterior, que estava passando por uma má fase e blá-blá-blá, mas que promete recompensá-la se ela aceitar sair com ele mais uma vez. Resultado: os dois terminam na cama. Também previsível, certo?

Certíssimo! Esse é um reflexo do comportamento feminino nos dias de hoje, com os cafajestes em alta. Não só hoje, na verdade desde sempre. Mas eu tô falando isso porque o tal “cara” em questão é Hank Moody, um dos melhores personagens surgidos na TV nos últimos anos. Vivido por David Duchovny (sim, o eterno Fox Mulder de “Arquivo X”, perfeito em um papel totalmente diferente do que o tornou famoso) em “Californication”, Hank é um escritor amargurado por quatro motivos: (i) não consegue escrever algo decente há quase cinco anos; (ii) seu primeiro romance (que também foi seu maior sucesso) acaba de ser transformado em uma comédia romântica estrelada pelo casal Tom Cruise e Katie Holmes e completamente diferente do livro original; (iii) sua namorada de vários anos (a bela inglesa Natascha McElhone), com quem tem uma filha, acaba de largá-lo e está prestes a se casar com outro; e (iv) teve que trocar sua querida Nova York por Los Angeles. Pra compensar a frustração o cara passa os dias enchendo a cara e transando com todas as mulheres que aparecem no caminho (e olha que não são poucas).

É óbvio que uma série dessas só poderia vir de um canal a cabo dos EUA, no caso o Showtime, responsável por títulos como “Dexter”, “Weeds”, “The Tudors”, entre outros. O Showtime é o maior rival da HBO do que diz respeito a séries com temática mais ousada, que não poderiam ser mostradas em plenitude nos canais abertos. Quem ganha é o público, que pode ver produtos cada vez melhores (as melhores e mais cultuadas séries hoje em dia saem destes canais, como “Família Soprano”, “A Sete Palmos”, “Entourage” e as outras citadas acima). Só pra dar uma idéia do tipo de coisa que acontece em “Californication”: no primeiro episódio, Hank conhece uma garota em um bar e transa com ela, pra alguns dias depois descobrir que não só a menina tem apenas 16 anos como também é filha do homem que está prestes a se casar com a ex-esposa.

Trata-se da melhor de todas as séries que estrearam no Brasil em novembro, portanto assista! Nem que seja só pra ver como Duchovny se diverte soltando uma ofensa atrás da outra, fazendo besteiras e tentando consertá-las depois, tentando agarrar a ex toda vez que a vê e não sabendo como lidar com a filha de 12 anos. Mas prepare-se pra ver cenas fortes...

Um comentário:

Geraldo Zahran disse...

Dois blogs, é? Vou ficar de olho!
Grande abraço,